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Terapia da Fala: Muito Mais do Que Falar

  • Foto do escritor: Rita Mendes
    Rita Mendes
  • 11 de jun.
  • 2 min de leitura

Todos já ouvimos expressões como “Ao ano andante, aos dois falante”. Mas e que tal pensarmos em “sempre comunicante”?


Quem trabalha em Terapia da Fala sente, muitas vezes, a pressão do “falar”. Explicamos, vezes sem conta, que não se começa a construir uma casa pelo telhado. A fala é apenas a ponta do iceberg — ou, se preferirmos, a cereja no topo do bolo. Há muitas etapas fundamentais que a sustentam.


Outra expressão comum que ouvimos é: “Vai à Terapia da Fala? Mas nem fala!” Muitos profissionais concordam que o nome da nossa profissão é redutor. Centra-se apenas na fala, quando na verdade abrange muito mais. Talvez "Terapia da Comunicação" fosse uma designação mais adequada.


Comunicar Desde Sempre


A comunicação está presente desde os primeiros momentos de vida. Um bebé que ainda não fala já se expressa através do choro, do sorriso, dos sons, das expressões faciais e dos movimentos do corpo. Mesmo em silêncio, comunicamos com um olhar, um gesto ou uma expressão. Quem nunca ouviu “nem precisas de dizer nada, percebo pelo teu olhar”?


Por vezes, o que ouvimos verbalmente não bate certo com a linguagem corporal da outra pessoa — e isso também é comunicação.


Mas Afinal, O Que É a Fala?


Entre várias definições, a fala é um ato motor que envolve a produção de sons que formam palavras e frases. No entanto, mais do que repetir palavras, queremos uma fala com intenção, com relação e com significado.


A comunicação não é apenas falar. Envolve competências cognitivas, motoras e sociais, que permitem à pessoa expressar-se, compreender o outro e adaptar-se a diferentes contextos. Pode ser verbal ou não verbal — inclui gestos, expressões faciais, expressões do corpo, escrita, fala e claro, pistas visuais.


O Verdadeiro Papel da Terapia da Fala


Por isso, é importante olhar para a Terapia da Fala não como a área que simplesmente “ensina a falar”, mas como a que promove, em conjunto com famílias e escolas, o desenvolvimento de competências de envolvimento, interação e comunicação.


O objetivo é que a criança (ou adulto) consiga comunicar de forma eficaz, interagir com os outros e participar plenamente nos contextos em que está inserida — seja na família, na escola, no trabalho ou na comunidade.


E quando a fala não surge (ainda)?


Há casos em que, por diferentes razões, a fala não está presente ou demora mais a surgir. Isso não significa que a comunicação tenha de ficar limitada. Nestes casos, entra em cena um recurso essencial: os sistemas de comunicação aumentativa.


Estes sistemas incluem gestos, expressões faciais, fotografias/imagens, signos gráficos, quadros de comunicação e tecnologias assistivas, desde os sistemas mais simples aos mais complexos. O foco é sempre o mesmo: permitir que a pessoa se expresse de forma funcional, significativa e autónoma, mesmo quando a fala não está presente, não é eficaz e limita a participação da pessoa.


A Terapia da Fala é sobre promover a comunicação — em todas as suas formas. Seja através da fala ou do uso de sistemas de comunicação. Comunicar é um direito de todos!


Palavras-Chaves: terapia da fala; comunicação; comunicação aumentativa



 
 
 

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