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Questionar não atrapalha!

  • Foto do escritor: Catarina Lorga
    Catarina Lorga
  • 24 de nov.
  • 2 min de leitura

O receio de questionar o outro, neste caso o terapeuta/profissional que acompanha o/a filho/a, continua bem presente nas famílias, explicando que sentem que são interpretados como estar a pôr o trabalho em causa e falta de confiança no mesmo. E, por isso, muitas vezes chegam até mim famílias já com historial de terapias que quando, em anamnese, questiono o que tem vindo a ser feito, que estratégias utilizavam, que objetivos trabalhavam, o porquê da fala não estar a surgir etc, fica um silêncio na sala… um silêncio representativo da falta de relatórios de avaliação, da falta de objetivos passados às famílias, da ausência das famílias na sala de terapias. E questiono-me, se não há envolvimento da família, se esta não compreende o porquê das dificuldades do seu filho e não tem ferramentas para implementar em casa, 1h/2h por semana de terapias estaria a ter impacto?? Para mim a resposta é NÃO!!

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A evidência mostra-nos que é nos contextos de vida mais significativos com as pessoas mais representativas que a criança adquire conhecimento e competências, e os quais proporcionam um desenvolvimento mais harmonioso e afetivo. Então, como é que ainda existem famílias que são postas de parte ao longo dos processos terapêuticos? Não há impacto terapêutico em abordagens centradas na criança, pois estas não têm maturidade suficiente para generalizar aprendizagens sem suporte para fora das 4 paredes do gabinete da terapia!


É da responsabilidade do profissional que vos acompanha dar-vos acesso à informação que avalia e recolhe do vosso filho, explicar-vos por A+B o que está na origem das dificuldades e quais são os objetivos de trabalho, dar-vos estratégias para os restantes contextos, capacitar contextos e interlocutor e fazer updates da intervenção. E se isto não acontece, questionem-se se estarão a dar a melhor resposta ao vosso filho.


A vocês famílias, questionem, tirem dúvidas e façam exigências, porque uma intervenção centrada na família, para além de ser a mais eficaz, vai ter mais impacto quando vocês se envolvem connosco, terapeutas. Porque só com o conhecimento das vossas dificuldades, incertezas e expectativas é que nós conseguimos guiar uma intervenção com vista ao sucesso. Nós, terapeutas, temos de ter a capacidade de fazer um raciocínio clínico convosco, tirar dúvidas, orientar-vos para a melhor resposta e também para a procura de informação. Famílias informadas são sucesso terapêutico!


Palavras-chave: família; intervenção centrada na família; processo terapêutico.

 
 
 

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