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Socorro, o meu filho não fala! Porque é que a terapeuta da fala sugeriu uma avaliação de terapia ocupacional?

  • Foto do escritor: Sofia Figueiredo  e Luísa Perdiz
    Sofia Figueiredo e Luísa Perdiz
  • 16 de jun.
  • 2 min de leitura

Nós sabemos que é muitas vezes desesperante para as famílias quando se deparam com esta situação porque não é a resposta que procuram, mas prometemos que não é nenhum bicho de sete cabeças e que este encaminhamento é bastante importante para garantir uma boa intervenção para os vossos filhos!


Então, vamos lá… Para nós conseguirmos comunicar com os outros, precisamos de muitas outras competências antes da fala propriamente dita. Por exemplo, precisamos de estar regulados e de ter interesse e atenção para partilhar algo com o outro. Para além disto, os mecanismos da fala envolvem a capacidade de organizar e planear os músculos e estruturas da boca e da face para modelar os sons e produzir a fala.


- Então, mas onde é que entra a terapia ocupacional no meio de tudo isso?

Para conseguirmos estar regulados e ter um bom planeamento motor é importante que haja uma boa integração dos vários sistemas sensoriais, sendo eles o auditivo, gustativo, olfativo, visual, tátil, propriocetivo e vestibular. Se analisarmos a pirâmide de aprendizagem de Williams e Schellenberger, os sistemas sensoriais encontram-se na base da pirâmide, o que significa que sem eles, não é possível desenvolver as restantes competências, incluindo a fala. São estes sistemas que nos vão permitir ter uma boa consciência do nosso corpo (e consequentemente da boca também!) e planear corretamente os movimentos necessários para qualquer ação. E quando há dificuldades a este nível, quem é que trabalha tudo isto? Pois é, é a Terapia Ocupacional!


Na Terapia Ocupacional com a abordagem de integração sensorial, promove-se primordialmente a regulação sensorial que é essencialmente a nossa capacidade de estarmos atentos ao mundo e ao que nos rodeia. Resumidamente, a integração sensorial significa que o nosso cérebro está capaz de receber do ambiente as informações sensoriais, organizá-las e processá-las de forma a responder adequadamente às diferentes situações. Isto significa que quando há dificuldades em qualquer um destes processos de integração sensorial, a resposta poderá muitas vezes ser inadequada ou ineficaz, impactando o desempenho em várias tarefas do nosso dia-a-dia, como a fala! Por exemplo, uma criança com dificuldades em processar a informação tátil poderá ter dificuldade em perceber o que se passa dentro da boca assim como em organizar ações motoras orais porque não consegue ver o que se passa lá dentro e, por isso, poderá ter dificuldades em posicionar a língua dentro da boca para produzir um “d” para dizer “dá”.


Assim, quando a terapeuta da fala recomenda uma avaliação de terapia ocupacional é porque suspeita que poderão existir algumas dificuldades no processamento sensorial que poderão estar a impactar a fala. E confirmando-se essas suspeitas, é importante uma articulação estreita entre as duas áreas porque sem as bases sensoriais, as evoluções na fala podem não ir de encontro às expectativas criadas.


Neste caso, o objetivo da avaliação de terapia ocupacional é perceber melhor o que impacta a fala e encontrar a melhor forma de ajudar os vossos filhos. E se o melhor caminho passar primeiro pela intervenção de terapia ocupacional para trabalharem as bases, não desesperem, estamos cá para vos ajudar e a intervenção em terapia da fala irá entrar no processo quando a equipa técnica achar que é o momento adequado 😊


Palavras-Chave: Terapia da Fala; Terapia Ocupacional; Fala; Integração Sensorial


 
 
 

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