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Regresso às aulas – um grande desafio

  • Foto do escritor: Rita Mendes
    Rita Mendes
  • 17 de set.
  • 2 min de leitura

Será que quem lida diariamente com as perturbações do neurodesenvolvimento, quer seja autismo, PHDA, dificuldade de aprendizagem, perturbação do desenvolvimento intelectual, etc, tem a verdadeira noção que essa criança está num constante desafio para ser capaz de se regular, participar, integrar-se? Do esforço diário que a criança tem de ter para corresponder com o que lhe é pedido?


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As adaptações, acumulações, medidas universais, medidas seletivas, adicionais e por aí em diante são necessárias porque aquela criança precisa desses suportes para que esteja tranquila, regulada para aprender e participar. Tem o direito da mesma maneira que as outras crianças também o têm. Além do mais, cada criança tem o seu ritmo e competências.

 

Se, perante uma criança em cadeira de rodas, asseguramos a acessibilidade e não lhe exigimos que ande como as restantes, porque haveríamos de ignorar as necessidades específicas de outras crianças?

 

Assim, se a criança:

  • precisa de sensory breaks (mais pausas, idas ao recreio, atividades de carga);

  • não comunica oralmente e recorre a um sistema de comunicação aumentativa;

  • beneficia de rotinas visuais (quadros, pistas visuais, agendas visuais);

  • precisa de antecipação de conteúdos;

  • necessita de mais tempo de preparação antes de mudanças de atividade;

  • necessita de mais tempo para concluir tarefas;

  • requer adaptações em atividades ou testes;

  • beneficia de um canto mais calmo para se regular;

  • usa abafadores para proteger-se de ruído;

  • se desregula em ambientes muito barulhentos (música, festas);

  • se desorganiza nas transições de atividades/rotinas e precisa de antecipações visuais ou verbais;

  • precisa de ajuda na leitura de enunciados;

  • compreende melhor quando a informação é dada de forma direta e simplificada;

  • aprende melhor com apoio prático/visual do que apenas verbal

  • escreve melhor no computador do que à mão;

  • entre muitas outras....


…então cabe-nos a nós adultos dar-lhe essa oportunidade. Somos nós que temos de ser os facilitadores.


Estamos no início de um ano letivo, setembro é sempre um mês de recomeços, pontos de partida. Por isso vamos usar, para olharmos para aquela criança com outro par de óculos, perceber o seu funcionamento e ajustar devidamente as estratégias necessárias. Não é a criança que tem de se ajustar, são as pessoas e os contextos que têm. O que interessa não é o ponto de chegada, mas sim o percurso.


Palavras-Chave: educação inclusiva; equidade; perturbações do neurodesenvolvimento

 
 
 

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